CONSCIÊNCIA!!!!! escrito pela aluna Amanda Rodrigues Andrade Camara do 3ºA - Ensino Médio

No dia 20 de novembro, é  comemorado o dia da Consciência Negra; data de extrema importância obtida em homenagem a Zumbi dos Palmares, já que foi o dia de sua morte. A data é importante para lembrarmos e refletirmos sobre as inúmeras lutas dos negros até hoje pela sua inclusão na sociedade, sem qualquer tipo de preconceito ou discriminação por sua cor ou etnia.
Muitos ainda possuem o pensamento equivocado de que o racismo acabou, ou que os negros foram os escolhidos para serem escravizados apenas por sua cor, ou por serem fortes e passivos. O que levanta a dúvida do por que negros foram escravizados e não indígenas, seria pelo fato de que os indígenas resistem mais? Eram mais espertos e escapavam da escravidão ou não foi o índio por que era preguiçoso? Mas, será que todo o índio é preguiçoso? Ou todo negro é forte? Esse tipo de associação é um tanto equivocada, assim como a ideia de que os negros foram escolhidos para serem escravizados apenas por sua cor, é um tanto quanto racista.
O Brasil durante seus 500 anos de história, 400 foram anos de escravidão, ou seja, 80% do tempo da existência do Brasil houve a escravidão, ademais no início do escravismo em 1532 a igreja tinha uma visão eurocêntrica sobre os indígenas como sendo inferiores, necessitando assim de cuidados especiais, dessa forma se inicia a catequização dos índios pelos jesuítas, já que colonos eram até presos por tentarem escravizar um índio. Bem como, para o português não importava se era o índio, negro, ou a etnia que fosse, desde que estivesse trabalhando para ele. Mas por que permitiram que o negro fosse escravizado? Pois todo navio português que chegava na África para comprar escravo, o Rei possuía um certo controle e incentivava a escravidão negra por conseguir sobretaxar, já que o lucro gerado em cima de um escravo era de quase 300%. 
Questão que nos leva a refletir sobre a resistência desses escravos africanos, o que destrói a visão de que eles apenas apanhavam e eram passivos, tanto que um negro que conseguia se libertar, ele próprio começava a traficar escravos, como também outra forma de resistência eram os Quilombos, vilas para que pudessem se refugiar da colônia portuguesa, já que corriam altos riscos de perderem suas vidas apenas para fugir dos engenhos e se refugiar nos Quilombos, de modo que não bastava o trabalho pesado, andar descalço para ser identificado como escravo, apanhar, ser torturado, ver sua família ser massacrada, suas mulheres serem estupradas, ainda tinham que viver nas senzalas, local mal ventilado, sem privacidade alguma, viver como animais por pelo menos 5 anos, já é o bastante para que o negro se submetesse a atitudes extremas de resistência, e até mesmo ao suicídio, pois a morte chegava a ser melhor que a opressão vivida todos os dias. Portanto, se o negro tiver a oportunidade de lutar, ele vai lutar, por isso a resistência negra é um ponto tão importante, mas pouco explorado.
Logo, durante o governo de Dom Pedro II, as ideias abolicionistas começam a surgir, principalmente durante a guerra do Paraguai em que várias das diferentes classes sociais guerrearam lado a lado, soldado lutando com um escravo, logo percebem que são iguais, que ninguém é superior ao outro por sua cor, o que diminui o preconceito, e elevam as ideias de abolição da escravatura, ocorrida em 1850, pela Lei Áurea. No entanto, a liberdade dos negros africanos foi apenas “oficializada”, mas na prática o preconceito e a discriminação permaneceram, tiveram que enfrentar o desemprego até durante a República, já que a mão de obra foi dada aos imigrantes europeus, com o intuito de promover o branqueamento da população brasileira, ideia reforçada por Florestan Fernandes importante crítico da sociologia que afirma ser um mito a ideia de democracia racial. Como também é importante ressaltar a luta de Nelson Mandela que foi presidente da África do Sul contra a prática do Apartheid. 
Outrossim, os índices de negros que são mortos nos dias de hoje, que estão nas cadeias, ou vivem em situações precárias, até mesmo o reduzido aparecimento na mídia em relação aos brancos, é reflexo de um passado opressor, pois a escravidão é a “maior cicatriz que o Brasil já teve”, frase dita pelo professor de história Walter Solla, do canal Se Liga Nessa História.

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