Na atualidade, os estudos e
pesquisas têm apontado para diversas formas de ser e de viver a
vida. Os modelos padronizados de homens, mulheres, famílias e
identidades chegaram à contemporaneidade como um leque aberto de
possibilidades. A sexualidade humana, vista do ponto de vista
genético/biológico ganhou novas reinterpretações, ou seja, não
se define apenas por meio dos constructos anatômicos (pênis/vulva),
claro que eles são importantes, mas há que considerarmos outros
aspectos do ser humano como as questões psicológicas, culturais,
históricas e sociais.
Nas palavras da pesquisadora Guacira
Lopes Louro (1997), a sexualidade humana é passível de mudanças do
nascimento até a morte. Assim, as identidades sexuais como
heterossexual, bissexual ou homossexual são trajetórias instáveis
nas nossas vidas. O fato de um homem ou uma mulher possuir uma
identidade sexual hoje, não garante que a mesma seja permanente até
a morte.
Prova de que a
sexualidade e suas interpretações podem e devem ser reinterpretadas
está na cultura grega. Na antiguidade o prazer sexual somente era
permitido quanto o ato se consumasse entre dois homens. As mulheres,
ainda que esposas, possuíam papéis importantes perante a sociedade,
inclusive o de ser mães, mas no entanto, suas atividades sexuais se
resumiam à reprodução (sexo apenas com a intenção da gravidez).
Em algumas culturas, o que define a
masculinidade e feminilidade é o comportamento, o jeito de ser e de
se reconhecer enquanto sujeito. Uma mulher muçulmana, por exemplo,
não possui os mesmos direitos que uma mulher brasileira, tampouco os
mesmos papéis e comportamentos sociais.
Dessa maneira, a atualidade exige
novas leituras. O uso do nome social, as cirurgias de redesignação
sexual, os direitos em favor da diversidade ampliam as discussões
acerta dos modos de ser, das identidades diversas e coloca o respeito
como única e verdadeira solução para um convívio social em
harmonia, visto que a sexualidade de casa pessoa é algo muito íntimo
de cada um, seus desejos, suas realizações, suas modificações
corporais, seu jeito de ser, em nada afeta ao outro. O que cada um
faz com o ser corpo e com suas experiências diversas só diz
respeito a ele mesmo.
Não há dúvida... O respeito é a
melhor forma de convivência!
Professor Reginaldo Peixoto
Doutorando em Educação e
pesquisador em Educação Sexual